Praia de Carcavelos "transformou banhistas em surfistas"
Elas queriam os de cor-de-rosa, mas para eles tanto fazia. Queriam é ir para o mar, o mais depressa possível, para tentar, pelo menos, segurar-se "alguns segundinhos na prancha". Antes de deslizar, faz-se um pequeno aquecimento com uma corrida estática e alguns alongamentos.
Depois, segue a parte mais importantes, treinar o take-off. "Remar, preparar, dar um pequeno salto e manter", repetia o professor da Surf Academia, Gustavo Távaro, enquanto muitos riam. "Isto não é fácil manter, já estou a ver como vou cair", confidenciou ao DN, Diana Costa, de 31 anos. Era a primeira vez que experimentava mas não desistiu de repetir mais uma vez o ambicionado take-off.
Luís Nunes, um dos organizadores desta iniciativa, revelou que a maioria dos participantes inscrevem-se na praia. Muitos ficam curiosos e rapidamente "envolvem-se nesta aventura". Por vezes, "há tantos que querem experimentar que nem professores chegam", diz o organizador.
Para garantir a segurança de todos, Shanna Soares, fisioterapeuta, está sempre pronta para intervir no caso de algum imprevisto.
Chegava o momento mais esperado do dia. Em grupos de cinco, crianças corriam para a água, já os adultos iam mais concentrados. As ondas de várias tamanhos não facilitaram o deslize. Quarenta minutos na água foi um desafio para todos. Muitos tentavam subir na prancha, mas quase todos caíam. António Filipe tem 59 anos e é a primeira vez que experimenta fazer surf. Gosta de desportos radicais e diz que o que é principal nesta modalidade é tentar "equilibrar-se, relaxar, subir e manter".
As crianças saem da água contentes. Por eles, ficavam o dia inteiro a tentar apanhar uma boa onda. Para David Faias, de 9 anos, este desportonão é novidade "Já fiz surf e, gosto muito, mas não me consegui segurar muito bem. Era bom se todas as ondas fossem do mesmo tamanho".
A iniciativa, organizada pela EDP, e com o apoio do DN, procura também desafiar todos aqueles que têm medo de água. É o caso da Isabel Filipe que com 56 anos ainda não sabe nadar e tem pavor de se afogar. "Hoje (ontem) testei os meus limites. Tenho muito medo desde de pequena de água. Cada vez que entro para o mar sinto falta de ar. Mesmo assim, ainda consegui subir em cima da prancha. Valeu a pena. Foi uma diversão para todos", admitiu Isabel.
No final de mais uma aula gratuita, Gustava Távaro explicou que "isto foi uma versão muito compacta do que é o surf. Para todos aqueles que querem sentir, pelo menos, um pouco como se faz este desporto tem de experimentar. É uma ótima experiência", garantiu o instrutor.